segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Encaminhamento das escolhas

Um problema gravíssimo que afeta até os melhores colégios de nosso país é a falta de direcionamento do aluno para alguma área que este realmente venha a identificar-se. É natural encontrar jovens que já possuem 3 anos de nível médio completo e ainda não ingressaram de vez em uma faculdade. Isso nem sempre ocorre pelas altas concorrências ou incapacidade do estudante, mas pela indecisão.
Alguns dos jovens ingressam em áreas as quais não conhecem e apenas receberam indicações informais. Isso acaba trazendo desconforto para o tal pois, muitas vezes, estará dividindo o ambiente estudantil com pessoas que têm grande afinidade com o campo. Toda essa situação pode gerar uma série de conflitos e culminar numa desistência do curso.
Nos países mais desenvolvidos, os jovens já estudam seus últimos anos de "nível médio" recebendo indicações sobre quais são as esferas mais propícias para seguirem, o que traz um maior conforto aos tais.

No Brasil, há uma forte tendência das pessoas em seguir áreas que estão em seu auge, mesmo sem levar em conta o gosto pela referida e, às vezes, mesmo havendo  a identificação, ainda existe a questão do mercado saturado, que faz haver uma queda nos salários (pelo fato da mão de obra ser extensa - "lei do: se um não quer, outro quer", que ainda tem muita força em nosso país) e até uma escassez de emprego a curto e a longo prazo!

4 comentários:

  1. Isso sem contar as futuras frustrações profissionais do estudante. É preciso ter em mente que tudo o que você será; com quem você conviverá; com o que você vai lidar; quais capacidades mentais ser-lhe-ão exigidas e seu grau de satisfação e sonhos futuros são decididos (não em defnitivo) agora. Portanto o jovem sempre tem sempre ter em mente que este é um momento crucial para toda a sua vida (o que pode deixá-lo nervoso e induzi-lo à escolha errada). Ainda por cima, há a pressão parental, que sempre preocupada com sua prole acaba levando-o muitas vezes a escolhas inusitadas, tendo em mente o retorno financeiro, e não o contentamento. Aos pais digo algo: seus filhos são seres humanos, precisam de alento emocional e têm afinidades e escolhas; não devem apenas viver para o capital em detrimento dos sonhos e do prazer de exercer uma "arte". Aqui roubo algumas linhas para citar a já muito conhecida frase de Confúcio: "escolhe um trabalho de que gostes e não trabalhará um dia sequer na tua vida".
    Há também nessa discussão espaço para ressaltar a questão do rendimento profissional. O indivíduo que trabalha em cima de suas afinidades e gostos terá mais chances, devido ao entusiasmo e talvez até ao uso da consecução de seu trabalho como objetivo e meio de valorização pessoal, de se tornar bem-sucedido, independente do grau de valorização de sua profissão. Tenho como exemplo máximo disso o bom e velho Milton Santos, que apesar de se ter graduado em direito foi um dos maiores geógrafos do século XX e inclusive morou, e muito bem, em Paris (se isso não é sinal de poder aquisitivo então é sinal de quê?). Portanto o prazer incentiva o trabalho. Todavia ainda assim o jovem deve ter uma distinção clara entre seus "hobbies" e o que de fato lhe calha melhor como emprego; se uma pessoa desenha bem isso não necessariamente implica que ela será uma boa desenhista e que exercer seu dom como profissão trar-lhe-á um bom usufruto das energia psíquicas (como diria Freud). Desse modo, o jovem pode perder o interesse pelo que antes tinha como "prazer", pois este tornou-se agora "obrigação".
    Como último conselho que dou aos que procuram uma orientação profissional, e talvez como resumo das ideias aqui abordadas, digo que a escolha de um curso deve ser bem pensada e que a pesquisa é imprescindível; procures amigos, entes ou conhecidos que trabalham com as profissões visadas e perscrute cada detalhe ínfimo da rotina do profissional; se possível, faça anotações. Quanto aos seus pais, não é de total sensatez ignorá-los, mas é preciso ter em mente que uma boa conversa com alguém vivido e que lhe é amado pode esclarecer muita coisa para os dois lados. Ainda em consonante com o artigo de meu mui fidedigno amigo Erick, os governos deveriam proporcionar, sobretudo nas escolas públicas, que estão sob sua tutela (ou deveriam estar, já que estas encontram-se à deriva...), programas de educação e orientação profissional. Desse modo, a indecisão poderia ser combalida e teríamos um país de profissionais mais felizes. Entretanto, esmoreço ao dizer que isso não é possível no momento devido ao estado da escola pública, desamparada; a prioridade é melhorar a educação, fazer os jovens do país conseguirem chegar dignamente ao terceiro ano, e então dar alento à sua escolha. Portanto, fazendo analogia ao pensamento marxista, teríamos de primeiro fortalecer a infraestrutura (a educação) para depois cuidar da superestrutura ( os adendos a essa educação). Isso será um trabalho que durará anos, meu caro Erick.
    Ferre-se a medicina, vou fazer é direito!

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  2. Caramba, fiquei boquiaberto com o seu comentário! Digno de um futuro e bem sucedido advogado!
    Próximas das suas palavras, as minhas ficaram estagnadas!
    Muito obrigado pela chance de confraternizar tamanhos ideias!
    Comente sempre que puder!

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  3. Você que é o cara, Erick! É muito difícil achar um jovem com visão crítica, a maioria fica no quarto ouvindo Justin Bieber, jogando video-game e bebendo coca-cola... hehehe.
    Mas eu fiz esse comentário por experiência pessoal Oo

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  4. Mesmo assim, muito obrigado!
    Os comentários estão à sua disposição!

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